domingo, 31 de julho de 2011

Transformação da sociedade, o ato de projetar e os valores da nossa memória

Foram essas expressões que me marcaram no IV Congresso Estadual de Arquitetos promovido pelo IAB neste fim de semana (30 de julho / 2011) em Jundiaí - SP, onde foram discutidas questões sobre "Espaço Sustentável", "Sociedade" e "Patrimônio".

O evento foi de ótima qualidade, com profissionais de excelente formação e vasta experiência que nos transmitiram de maneira clara e objetiva as questões mais importantes a serem discutidas na atualidade e procedidas o quanto antes. Veio muito a acrescentar à nossa profissão e a percepção de que vivemos em uma nova sociedade, com novos valores e conhecimentos.

Estamos no século 21, sim! E precisamos adquirir outros vínculos e conceitos, sejam para as grandes metrópoles com seus espaços públicos e suas habitações sofisticadas e as tantas imprescindíveis e necessárias habitações de interesse social, quanto aos pequenos e regionais municípios a fim de alcançarem um desenvolvimento planejado minimizando o impacto ambiental. É necessário que essa nova geração encontre novos valores e interesses, tanto históricos quanto culturais, para que futuramente conquistem um elo de memória com o patrimônio da cidade para que este não se perca no tempo e se transforme no espaço.
Muito foi dito, mas muito mais é preciso ser falado e principalmente agido e, apesar da boa qualificação desse congresso, a presença do público arquiteto para assisti-lo foi escassa... Infelizmente.

A Arquitetura é uma profissão nobre e, por isso, para fazer valer, requer um ofício digno.
Deixemo-nos compreender para o que de fato estamos servindo. É para atender à demanda de um mercado de consumo sem fim, no qual nos espelhamos de maneira glamourosa através de mostras de decoração com ambientes sofisticados e tecnológicos, que dizemos atender aos desejos da atualidade ou, se buscamos acolher a verdadeira demanda de uma sociedade que necessita de soluções através da elaboração de bons projetos, os quais, hoje, são chamados de "sustentáveis", com a finalidade de resolver os graves problemas sociais e que na realidade envolve toda a população de todas as cidades?

Por isso, arquitetos, cadê vocês??
Como estamos vendo e atuando a arquitetura hoje em dia? 
Cabe a nós percebermos quais as reais necessidades das cidades e seus espaços. 
Senão, vai sobrar pra quem?

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