quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Facilities Management

Ao mundo corporativo!
Hoje em dia é fato que, para aquele que pretende ingressar-se em uma empresa, são necessários cada vez mais atributos e conhecimentos específicos. O indivíduo precisa ser dinâmico, claro e estar sempre buscando inovações e se reciclando a cada tempo.
Essa é a contemporaneidade, um mundo que não pára nunca!
Então, o que dizer das Empresas que empregam esses indivíduos, seres atuantes e inovadores?
Essas mesmas empresas que precisam atender rapidamente às respostas dos mercados em constantes processos de transformações, como se comportam perante a essas adversidade?
Considerando-se que os imóveis que estas mesmas ocupam também geram resultados em sua produção, compreende-se aqui a preocupação destas empresas com seus patrimônios e mesmo com questões financeiras geradas por novas construções ou intervenções arquitetônicas para melhor atender à produção e aos funcionários.
Jesse Harriot¹, em uma entrevista à Revista VOE de outubro de 2010, já ressaltava a importância das empresas trabalharem sua imagem e se fazerem atrativas aos bons profissionais. A companhia precisa deixar evidente que preza por um bom ambiente de trabalho e que busca para o profissional um equilíbrio entre sua carreira e sua vida pessoal. Torna-se importante então para a empresa, além de apresentar boa imagem, oferecer oportunidade de crescimento, um espaço de inovação e criatividade, fazer com que futuros ou atuais talentosos funcionários mantenham o desejo em trabalhar com ela (VOE, 2010, pg.54-56).
Daí, já a algum tempo, várias dessas empresas possuem uma área de atuação que se chama: Facilities Management.
Quem trabalha para esse setor são profissionais principalmente da Engenharia. Porém, para o encontro com novos conhecimentos e soluções, profissionais da Arquitetura, Tecnólogos da construção civil, Paisagistas e até mesmo Designers estão atuantes neste ramo, possuindo já uma certa experiência, pela própria formação acadêmica.
Definindo o Facility Manager como um Gestor de Facilidades, é a prática de coordenar e organizar o espaço físico de trabalho com as pessoas que ali trabalham, integrando os princípios de administração de empresas, arquitetura, e as ciências das engenharia. Tendo como objetivo, melhorar a produtividade da gestão das organizações, através da redução dos desperdícios, melhorando os processos de manutenção e minimizando os custos de serviços, os Facilities também são responsáveis pelo planejamento, operações de baixo custo e da valorização sustentável do imóvel (LARES, 2011).
Por muito tempo o Facility foi uma tarefa exclusivamente operacional tendo sido analisado tardiamente sob um ponto de vista estratégico.Atualmente o enfoque principal desta área, consiste na observação do ciclo de vida do imóvel, que se inicia com o desenvolvimento do projeto, passando por sua exploração, chegando à sua exaustão, e tem como objetivo, durante todo este ciclo, a otimização da cadeia de produção.
Nos EUA e na Europa esta área de atuação profissional nas empresas já é consolidada. Aqui no Brasil está começando há pouco. Comparando historicamente, a Associação Brasileira de Facilities (ABRAFAC) foi fundada em 2004 e, nos EUA e Europa essas Associações já existem há pelo menos três décadas. Ainda não temos aqui muitos cursos para especialização ou mesmo formação técnica específica, ficando a critério do conhecimento e prática dos profissionais já atuantes no mercado.
Ao meu ver, há muito o que se desenvolver nessa área, primeiramente pelo comportamento e a aceitação das empresas perante à necessidade desse tipo serviço, entendendo o Facility Management como um instrumento para o melhoramento do resultado empresarial e percebendo que haverá um aumento na satisfação dos usuários e mesmo do proprietário empresário.



Referências:
ABRAFAC, Associação Brasileira de Facilities, 2012. Acesso em: <http://www.abrafac.org.br/>


INFRA, Revista, 2012. Procura-se um FACILITY MANAGER. Acesso em: <http://www.revistainfra.com.br/textos.asp?codigo=10803>


LARES, 11ª Conferência Internacional, 2011. Acesso em: <http://www.lares.org.br/2011/images/543-738-1-RV.pdf>

VOE, Revista. Edição Outubro de 2010. Entrevista com Jesse Harriot.

Notas:
¹. Jesse Harriot, autor do livro "Finding Keepers: novas estratégias para contratar e reter talentos". Editora Bookman, 2010.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Este atual Universo

Acolhendo às necessidades desta nossa contemporaneidade, os projetos de intervenção arquitetônica estão cada vez mais atuantes no contexto urbano. Mesmo sem qualquer resgate histórico de certas edificações existentes, essas inovações arquitetônicas, tanto de espaço como de uso, são consideráveis na transformação da cidade e suas alterações urbanas.
Hoje, nós, como seres contemporâneos, não só buscamos essa atualização, de estar continuamente neste presente urgente e fluido como tentamos sempre nos inserir nesta coexistência, seja através da edificação, do comportamento e das relações sociais.
Esse projeto resume um pouco dessa experiência e me remete a uma reflexão sobre a ação do arquiteto no plano da cidade. Aqui não se quis buscar nenhum retorno ao passado, nem tampouco trabalhar com questões de restauro ou preservação. Seja pelo fato da edificação pré-existente não determinar qualquer conteúdo de considerável valor histórico-artístico, mas principalmente pela importância em atender aos anseios e necessidades do cliente.
Um Studio Fitness, um espaço para se cuidar da saúde física e mental, é, atualmente, um lugar intencional e orgânico nesse mundo frenético que vivemos.
Como cada projeto é um caso em particular e não existe uma receita básica, buscou-se responder a essa esfera da contemporaneidade através de uma intervenção arquitetônica prática e convencional, conciliada ao empenho fundamental das pessoas envolvidas.
E fica aqui um momento de reflexão sobre essa necessidade de avaliação crítica a respeito das relações entre espaço construído e novas intervenções, procurando, sempre que possível, que aconteça um resgate histórico aliado à condição contemporânea.

Obra: Studio Fitness, Universo Feminino
Projeto: Annie Carrera & Simone Torres
Data do projeto/obra: 2011 - 2012
Local: Campinas - SP







quarta-feira, 23 de maio de 2012

Enxerga-te a ti mesmo...

Você já se imaginou caminhando por nosso espaços públicos sem poder enxergar uma luz sequer? Ou mesmo já se encontrou dentro de um ambiente sem a mínima iluminação? Pois é... imagine.

Há algum tempo eu conheci o Centro Cultural Louis Braille aqui em Campinas. É uma ONG que desenvolve atividades junto a jovens e adultos cegos ou com baixa visão. Sua missão é promover a inclusão social e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência visual, tendo como objetivo o trabalho nas áreas educacionais, habilitação, reabilitação e inserção no mercado de trabalho.

Como profissional da Arquitetura, para mim é um aprendizado e tanto! Conhecer um pouco mais dessas necessidades e as dificuldades de acesso das pessoas com deficiência visual, nos sensibiliza nos ideais de projeto e planejamento dos espaços, tanto para a educação, leitura, cultura, etc, como para a acessibilidade e autonomia de locomoção. É essa a percepção que precisamos ter. Vamos nos colocar no lugar do outro.

Hoje em dia, para todo e qualquer projeto é fundamental essa questão e programa de acessibilidade.

Piso táctil, elementos com saliências à uma altura adequada para evitar tantos acidentes, equipamentos com 'viva-voz' e muitos outros itens são indispensáveis para atender a essa necessidade. Vamos nos atentar, principalmente aos ambientes públicos ou mesmo em lugares com um fluxo diverso de pessoas.
O projeto da sede é de autoria do Arquiteto Roberto Leme e conta com um amplo espaço para atender aos usuários e realizar eventos. E, com a nova diretoria, novos projetos e muitas ideias, no início do ano participei do planejamento e reorganização de alguns espaços do Centro Braille. 


Além dessa consideração em compartilhar a experiência profissional, fica a gratificação em participar dessa ação, essa crescente demanda que é a inclusão social.


Fica aqui também mais uma dica muito especial:
Moura, Norma. A gente se acha demais... só porque enxerga! - Campinas, SP: Komedi, 2011
Centro Cultural Louis Braille de Campinas
Av. Antonio Carlos Salles Jr. nº 600
(19) 3252-6265 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Vanguarda & Contemporaneidade

Outro dia ouvi essa palavra: Vanguarda.
Fiquei pensativa e contemplativa. Então, tentei fazer uma analogia com a contemporaneidade... Será que é possível?
Segundo o Grande Dicionário Larousse Cultural da (nossa) Língua Portuguesa, a definição de Vanguarda é "o que precede sua época, por suas audácias" e também como "um grupo de indivíduos que se propõem a coordenar a propagação e a consolidação de novas ideias científicas, artísticas e culturais". Palavra original do francês avant-garde; frente, dianteira.
Já Contemporaneidade define-se como "qualidade de contemporâneo", ou seja, "o que é do mesmo tempo, da mesma época, ... ou o que é da época atual, do tempo atual".
Bem, atualmente, ano de 2012, século XXI, podemos nos descrever como vanguardistas ou simplesmente contemporâneos de fato.
Se nesta Era de Contemporaneidade onde tudo é possível, tudo pode, desde aqueles comportamentos moralistas, até o livre pensamento, gesto e linguagem, então, onde fica a vanguarda??
Se, para ser vanguardista é preciso ser audacioso e propagar novas ideias, o que dizer da espontaneidade da liberdade de expressão? Hoje, quando buscamos novos caminhos, quando inventamos novas maneiras de se viver, como nos tornarmos ousados, se tudo pode?
Dentro dessas infinitas maneiras de se viver, a vanguarda acaba ficando 'solta' dentro da contemporaneidade, que não a percebemos ou mesmo não temos a determinação em expressá-la. A vanguarda é sempre uma característica da época vigente. Ela sempre vai existir pela qualidade (ou não) do ser humano, que é ser inquieto.
Bem, se para homem contemporâneo tudo pode, que ele até se perde em meio a tantas possibilidades, quem sabe vanguarda é hoje, seguir as regras. O desafio é se desbravar e se arriscar seguindo uma linha.
Com esse pensamento, eu encontro novamente a máxima "menos é mais".
Conversando com meu marido a respeito deste tema, que aliás ele se interessou muito, por ser psicólogo e fenomenólogo existencialista, obviamente me esclareceu muitas coisas e não deixando suas palavras omitidas, ele nos finaliza dizendo:
- "Menos é mais" é vanguardista porque não adiciona mais uma proposta a um mundo superlotado de possibilidades. Descarrega o conteúdo poluente. (TORRES, André)
Convido a todos para discutirmos esse assunto, caso se interessem pelo tema. Deixem seus comentários e vamos descobrir como anda nosso comportamento vanguardista. Ainda fico na dúvida, será que ele existe?

Peñalba de Santiago - León, Espanha
Pueblo medieval declarado conjunto monumental en 1976 

Referências:

*Mies Van der Rohe: 
Arquiteto nascido em 1887, é considerado, juntamente com Walter Gropius e Le Corbusier, um dos mestres mundiais da arquitetura moderna. O rigor das proporções, a valorização da infra-estrutura como elemento estético, e a precisão do detalhe foram os três princípios que nortearam a sua criação. O estilo ascético de Van Der Rohe era reafirmado pela expressão que costumava utilizar como justificativa do funcionalismo de seus projetos: less is more , ou "menos é mais".

*André Roberto Ribeiro Torres:
Mestre em Psicologia pela PUC Campinas
trabalha como psicoterapeuta especializado em Fenomenologia Existencial

*Peñalba de Santiago - León, España
Se encuentra situada a unos 20 kilómetros de la ciudad de Ponferrada, en el valle del río Oza, más conocido como el Valle del Silencio.