quinta-feira, 21 de maio de 2020

Reformas em Apartamentos??


Temos a ABNT 16.280/2015

Edifício - Foto Google
Está em vigor desde 2014 e revisado em 2015 a Norma Técnica 16.280 sobre “Reforma em edificações — Sistema de gestão de reformas”, principalmente para edificações verticais onde fica estabelecido os requisitos para os sistemas de gestão de projetos, controle de processos, execução e segurança da obra e da própria edificação.
Desde então, para se executar uma obra dentro de uma unidade de um condomínio vertical, o morador ou proprietário do imóvel deve obrigatoriamente apresentar ao Síndico do prédio um RRT – Registro de Responsabilidade Técnica assinado por um Arquiteto, ou ART – Anotação de Responsabilidade Técnica assinado por um Engenheiro Civil, em que os profissionais estejam devidamente registrados em seus respectivos Conselhos Federais.
Dependendo da complexidade da reforma e da legislação de cada município é necessário também entrar com processo e protocolo de Pequena Reforma junto à Prefeitura Municipal.
É preciso se atentar que qualquer obra, mesmo que pareça simples, poderá gerar riscos à segurança da edificação, porque, quando se tem um projeto original, tudo o que foi executado e instalado ali foi devidamente planejado e calculado. Portanto qualquer alteração de peso de laje, remanejamento hidráulico-elétrico, troca de revestimento, mudança de forro ou mesmo a inserção de novas estruturas, isso tudo poderá acarretar grandes oscilações estruturais e comprometer seriamente a edificação como um todo.
Por isso, ao querer iniciar uma obra para reforma de apartamento, contate um Arquiteto ou um Engenheiro, para que o profissional possa assessorar, elaborar o projeto com documentos descritivos e registrar a responsabilidade técnica, tanto para a obra (intervenção na edificação) como para a apresentação à administração do Condomínio (síndico).

Contrate um Arquiteto e transforme suas ideias em realidade!!

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Banheiro, da saúde pública à estética


Sempre pensamos no Banheiro no momento do aperto!

Esse ambiente mais íntimo de nossa casa as vezes nos passa desapercebido, mas ele sempre está lá quando precisamos fazer nossas ‘necessidades’. Será mesmo?
Nem sempre foi ou é assim.
E se pararmos para pensar na importância desse espaço, será que conseguimos imaginar como era tomar banho e fazer as necessidades fisiológicas antigamente?
O Banheiro gera um assunto muito importante a ser desenvolvido, pensado e dialogado, que vai da Arquitetura ao Urbanismo, da estética à saúde pública, que é o Sistema Sanitário.

Banheiro Social, Projeto 2019 - Campinas
Por Annie Carrera

Um pouquinho de história

Na antiguidade, por volta de 2.000 a.C, surgiram no Egito as primeiras latrinas com assento como conhecemos hoje. Na época haviam banheiros apenas para banhar-se, e outros apenas para se fazer as necessidades fisiológicas.
Na Roma antiga os banheiros eram comunitários e as pessoas sentavam lado a lado numa espécie de banco de madeira ou pedra, com buracos nos quais os dejetos eram liberados e embaixo deles passava um canal de água corrente (os aquedutos) e até mesmo esgoto, usado para carregar esses dejetos até rios distantes. Os romanos popularizaram os banhos públicos, os chamados banhos termais.
Esses encontros nos banheiros públicos promoviam interação, debates, encontros cívicos e até mesmo banquetes. Embora houvesse divisões para homens e mulheres, às vezes, ocorria o fato de não respeitarem essa separação e era muito comum ficarem nus na frente um dos outro.
Por questões culturais e religiosas com o avanço do moralismo cristão pela Europa ao longo da Idade Média, os banhos e latrinas públicos foram proibidos. Porém a grande crítica da Igreja não foi as latrinas em si, mas aos banhos públicos, onde as pessoas ficavam nuas ou seminuas. Por isso passou-se a proibir o banho regular e a frequentar esses ambientes julgados antros de safadeza por incitar a luxúria e outros pecados.
A higiene pessoal passou a ser feita com panos úmidos, sempre em ambiente privado e raramente todos os dias. Nas casas mais abastadas haviam banhos de tina, mas era comum que a família inteira se limpasse com a mesma água.
Com isso,
... ‘todos os avanços dos antigos romanos “foram pro ralo” na Europa medieval. Eles simplesmente se esqueceram de todos os sistemas desenvolvidos séculos antes, e não tinham nenhuma infraestrutura. Era comum que o esgoto corresse a céu aberto, em valas no meio das ruas. E o pior: dentro das casas não existiam banheiros. Os penicos eram utilizados por todos e esvaziados pela janela. Banheiros dentro de casa só começariam a se popularizar na Europa em 1668, quando a França instituiu uma nova legislação em Paris: o decreto determinava que todas as novas casas construídas na cidade deveriam ter esse importante cômodo.’

Banho de Tina

Foi no século 18 que prevalece a ideia de que a falta de banho causa doenças e isso faz com que, no século 19, as redes de água e esgoto das cidades comecem a prosperar. Essa evolução sanitária facilitou a instalação de banheiros familiares nas casas. No Brasil, nas residências de famílias ricas, apareceram as primeiras peças importadas de louça e ferro esmaltado. E a partir de então passamos a ter a construção do banheiro basicamente como conhecemos hoje.
E desde então a tecnologia das peças, revestimentos e instalações hidráulicas e elétricas foram se transformando e hoje, os banheiros contemporâneos buscam cada vez mais sustentabilidade, economia de água, automação, design e limpeza. E no caso dos banheiros públicos, busca-se cada vez mais acessibilidade, segurança, qualidade de vida e saúde aos usuários.

A questão sanitária

Ao longo da história da humanidade é importante pensarmos no banheiro como uma questão de saúde pública.
“Nenhuma invenção salva tantas vidas como o vaso sanitário

Não vou contar aqui a história da invenção do vaso sanitário pois é facilmente encontrada na internet, mas é muito interessante sabermos que existe o Dia Mundial do Vaso Sanitário.
A ONU, Organização das Nações Unidas com a iniciativa de Cingapura, oficializou em 2003 o dia 19 de Novembro como o Dia Mundial do Vaso Sanitário. Desde então, atividades e discussões são fomentadas para que se conscientizem os governos de todos os países sobre a importância de assegurar um saneamento adequado para toda a população.

Banheiro Público, Paris - Séc. XIX

O World Toilet Day, como é conhecido internacionalmente, ajuda a conscientizar as pessoas e os governos sobre a enorme quantidade de pessoas que não possuem acesso à um vaso sanitário limpo e com sistema de saneamento adequado.
O problema vai muito além do que ter que urinar ou defecar ao ar livre, pois a falta de saneamento básico de qualidade facilita a proliferação de doenças perigosas, como malária e a diarreia, que afeta principalmente as crianças e os recém-nascidos.

Vamos a alguns números:
  • 6 em cada 10 pessoas no mundo vivem sem sistema sanitário. Isso atinge cerca de 4,5 bilhões de pessoas.
  • 2,1 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável.
  •  Quase 1.000 crianças morrem por dia decorrentes da crise sanitária.

Crise Sanitária Mundial
Muitos parasitas e doenças como a cólera, o tifo e a poliomielite são disseminados devido à falta de sistemas seguros de saneamento. Muitos países ao redor do mundo, como por exemplo a Índia, vários países Africanos e mesmo o Brasil têm sérios problemas sanitários e dificuldade para oferecer sistemas de saneamento aos seus cidadãos.
A OMS enfatiza a importância de atender principalmente às necessidades das comunidades mais carentes e aos espaços públicos – especialmente às mulheres e meninas, para quem os banheiros significam mais do que higiene e saúde: eles são fonte de segurança e educação.

A questão cultural

Para que os objetivos e as metas de saneamento sejam atendidos, não basta só construir banheiros, é importante considerar que há uma questão cultural e de regionalidade para conscientizar as pessoas sobre a importância da higiene.
Nem sempre o modelo europeu de sistema de esgoto é viável em todo o mundo. Seja por  questões financeiras, seja por questões estruturais, porque existem regiões, por exemplo, que simplesmente não dispõem de água para esse tipo de sistema. Por isso desenvolver outras tecnologias, como de compostagem ou mesmo de fossas sépticas instaladas longe de poços e leitos mananciais são soluções possíveis. O mais importante é que os resíduos não sejam liberados diretamente no meio ambiente e que as pessoas tenham acesso a um sistema sanitário eficiente e um banheiro seguro e digno.
Assim podemos perceber que o vaso sanitário ao longo da história se transformou em objeto de extrema necessidade nas residências e nos espaços públicos, promovendo a melhoria das condições de saúde de milhões de pessoas.

As fezes humanas carregam mais de 50 doenças transmissíveis, e uma privada pode reduzir infecções em 40%. A invenção mais importante do mundo proporcionou o descarte mais eficiente de dejetos, diminuindo doenças e aumentando a qualidade e a expectativa de vida nas cidades.

Texto escrito por Annie Carrera,
Em meio à pandemia do Coronavirus - COVID-19
Maio/2020

Referências: