quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Excelente artigo da Revista MOBILE #2 do CAU SP, em que fala sobre ARQUITETURA PÚBLICA e como tornar nossas cidades mais democráticas e inclusivas socialmente.

“Esse discurso do desenvolvimento a todo custo flerta, cada vez mais, com a direita. (...) Sempre é utilizada a expressão ‘desenvolver’ junto com o discurso neoliberal, do livre-mercado, da falta de regulação estatal e das privatizações. Esse discurso é, eminentemente, antipopular. O que está em jogo, para nós, hoje, é construir uma resistência popular nas cidades brasileiras. Queremos que nossa cidade seja construída de forma democrática, enfrentando essa outra cidade excludente que existe, que é a cidade do capital. Os megaprojetos, as operações urbanas, os consórcios públicos, estão cada vez mais ligados aos interesses de grandes setores imobiliários, incorporadoras, empreiteiras, construtoras, proprietários de terra, produzem uma cidade da exclusão”. (Guilherme Boulos, MTST).

Nota-se atualmente que nós Arquitetos e Urbanistas nos tornamos meros espectadores desse desenvolvimento urbano social, porque a distância entre nós e o Estado faz com que a arquitetura promova, em sua maioria, os interesses e assuntos privados, resultando em cidades segregadas e de exclusão.

Segundo João Sette Whitaker, professor da FAU/USP: “Nunca tivemos Estado de Bem-Estar Social, sempre fomos patrimonialista, o Estado voltado para a defesa dos interesses dominantes” (...) “Ao longo da história, o Estado nunca incorporou a dimensão da coisa pública”.