Quando passamos a conviver com o Povo e a sentir a massa da
população, passamos a perceber de fato quem são os verdadeiros vilões da
história.
Não sou eu e muito provável que também não seja você, que
está lendo esse texto agora!
Temos medo do Povo... E parte da sociedade acredita que
esses são os vilões e que podem nos atacar.
O vilão não é o trabalhador e a trabalhadora que estão descendo
a avenida clamando por dignidade no dia a dia, mas, seus patrões que se deixam
vender para a vilã-mor, chamada Burguesia capitalista.
O vilão não é a mulher que segura o cartaz “Nem Bela, Nem Recatada e Nem do Lar” e que
luta diariamente pelo seu espaço digno e pela livre escolha de seu corpo e comportamento
perante uma sociedade machista e opressora. O vilão aqui é, sim, a crença moral
e seus seguidores que deturpam os desejos femininos e a condenam à eterna submissão.
O vilão não é a mãe, o pai e a criança que estão andando de
mãos dadas no meio da rua protestando pela falta da qualidade de vida, saúde e
mobilidade urbana, para poderem assim passar mais tempo juntos e desfrutarem dessa
caminhada num parque público sem medo de qualquer violência. Não, o vilão é o governante
que lhe desvia os investimentos públicos para atender aos lucros exorbitantes da
minoria burguesa e a um capitalismo falido que mata as nossas cidades.
Os vilões não são os casais homoafetivos que passam por
tantas hostilidades e que marcham pela avenida reivindicando respeito e
direitos garantidos, mas sim a mesma sociedade preconceituosa e moralista que
os julgam pelo simples fato de querer comandar a verdade sobre o que é supostamente
certo ou errado.
Agora, o maior vilão da nossa atual realidade é um grupo de
governantes perversos que vendem as nossas conquistas sociais, nossa liberdade e
as nossas riquezas naturais para uma burguesia, minoria gananciosa que busca o
eterno lucro a qualquer custo. A qualquer custo mesmo!
Então, quando participamos de uma outra realidade, a da
maioria e da grande massa é que se dá conta que estamos todos nós, a população,
o Povo, na mesma situação. Eu, você, seu vizinho, até mesmo seu chefe ou o
diretor da sua empresa...
Nós não somos o Burgueses... Nós somos o Povo!
Foto: acervo particular |